sábado, 1 de junho de 2013

PEDE PERDÃO A DEUS: O DURO CAMINHO DA VINGANÇA



Chiedi Perdono a Dio... Non a Me
O argumento é simples: Matam a família durante a sua ausência e Cjamango (Giorgio Ardisson) enceta uma vingança implacável sem concessões ou qualquer piedade, ajudado pelo interesseiro Barrica (Pedro sanchez), que viu o massacre, e que procura tirar proveito da situação cobrando os prémios oferecidos pelas cabeças dos assassinos. Para compor o ramalhete Cjamango está apaixonado, e é correspondido, por Virginia Stuart que é filha do seu pior inimigo…

 Baseando a sua intensidade dramática mais nas imagens de violência do que no desenvolvimento das situações, Pede Perdão a Deus não perde qualquer mérito por isto, bem pelo contrário, e constitui prova de que um orçamento minúsculo e um argumento parcimonioso podem gerar um filme francamente interessante e com um ritmo alucinante e ação trepidante. Cjamango não é, contudo, o anti-herói típico do género, não é a ganância que o move, mas sim a sede de vingança, pela qual está disposto a renegar tudo, até o amor, e transforma-se num lacónico anjo vingador e exterminador. Cjamango é bem interpretado pelo sempre fiável Giorgio Ardisson, ator que interpretou apenas cinco westerns, mas sempre de forma convincente, e que se notabilizou sobretudo em filmes de espionagem nos quais interpretava o Agente 3S3.
O filme conta também com nomes conhecidos do género como Anthony Ghidra (Balada para um Pistoleiro), Peter Martell (Ringo, o Cavaleiro solitário) ou Pedro Sanchez (Ignazio Spella) presença constante nos westerns de Edoardo Mulargia. Cristina Iosani interpreta aqui o seu papel mais importante na sua fugaz carreira no cinema (fez 7 filmes, 5 foram westerns) e é convincente no papel da infeliz Virginia. Fica a ideia que poderia ter ido mais além na carreira.

A realização, tal como o argumento e produção, esteve a cargo do ator e argumentista Vincenzo Musolino que aqui fez a sua estreia nas lides da realização. Realizaria mais um filme, Quintana, antes de falecer prematuramente em 1969 com 39 anos. Deixa-nos como legado esta pequena pérola para deleite dos admiradores do género ou daqueles que gostam de um bom filme de ação.

No entanto, este filme acaba por ter outra curiosidade. Na edição DVD que adquiri, da Sony italiana, edição muito razoável mas sem extras e com áudio em italiano, o filme começa logo com o genérico inicial. Quase por acaso, encontrei uma versão de um raríssimo VHS italiano que apresenta este filme com um prólogo e um epílogo nos quais Cjamango, agora um homem velho, tenta convencer um jovem mexicano, cujos pais foram assassinados, sobre a inutilidade da vingança. Legendei-os e apresento-os agora aqui:

                                                                              Prólogo:
 
Epílogo:
 
Pede Perdão a Deus...

4 comentários:

Pedro Pereira disse...

Não conhecia estes prólogo/epilogo e sinceramente não acho que faça muita falta mas é curioso saber que foi usado. Não imaginaria. É um bom filme que fui descobrir já há alguns anos por recomendação, imagine-se, do António Rosa.

Uma abraço.

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Pedro Pereira

http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
http://destilo-odio.tumblr.com/

António Furtado da Rosa disse...

Pois é , Pedro, também acho que este prólogo e este epílogo façam muita falta, mas é como dizes, fica a curiosidade. Ainda bem que gostaste.

Um abraço.

António

Belén disse...

Hola, António. Yo tampoco lo conocía, pero me alegro de que hayas vuelto a escribir y aportarnos tus visionados y opiniones.

Un abrazo desde España,

Belén

António Furtado da Rosa disse...

Hola, Belén. Gracias.
Un abrazo de Portugal